"Lutei para escapar da infância o mais cedo possível... logo que consegui, voltei correndo pra ela..."



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

POR QUE O HOMEM TEM QUE PAGAR A CONTA!!!

Homens chamam mulheres para sair e não sabem o estresse que isso gera em nossas vidas. Saibam, rapazes, o que se passa nos bastidores...
Ele te chama para jantar. Você sorri: 'Claro, vamos sim'.
Inferno na Terra. Você começa a se reprogramar mentalmente e pensar no que fazer para estar impecável até lá; cancela até seus compromissos. Começa a odisséia...
Você pára de comer, claro. Tem que estar magra no dia do jantar e mulher sempre está gorda. Começa a dieta do queijo: ficar sem comer nada o dia inteiro e, quando sente que vai desmaiar, come uma fatia de queijo.
Fazer pé e mão. Homens perguntam: 'Por quê pé? Ela pode usar sapatos fechados?'. Lei de Murphy: Sempre dá merda...
Um infeliz me levou num restaurante japonês. Tirei o sapato para sentar nos tatames. Tomei no c_ bonito! Mostrei meu esmalte semi-descascado... Tem que fazer pé e mão, até porque boa parte dessa raça tem uma tara bizarra por pé feminino. OBS: Isso me emputece. Horas de academia e o cara tem tara na porra do pé...
Hidratação, escova, chapinha, tintura, retoque de raiz, etc. Aí tem a depilação: perna, axila, virilha, sobrancelha, etc. Puta que pariu... lá se vai mais uma hora (DOLORIDA) do seu dia.
Chegou o grande dia! Cedo tem a passadinha na academia para malhar desumanamente até quase cuspir o pulmão.
O Zé Ruela não disse onde ia levar a gente... Dilema: 'Será que estou bem vestida?...' Se te serve de consolo, ele não vai perceber.
Aliás, ele não vai perceber quase NADA. Você pode aparecer de Chanel ou enrolada em um pano qualquer. Eles não reparam em detalhes. Bom, pelo menos sabem dizer quando estamos bonitas (só não sabem o porquê).
Depois de passar rímel, a babaca fica separando cílio por cílio com palito de dente pra ficar com um olhar mais bonito...
Homens não entendem, mas tem dias que a gente acorda gorda. Sério! Ontem o corpo estava lindo, e hoje... PORCA! Juro que acontece. Você compra uma roupa para um evento. Na loja fica linda, mas na hora de sair fica um c_.
Se for um desses dias em que seu corpo está um c_ e o espelho de sacanagem com sua cara, você acaba com uma pilha de roupas em cima da cama, chorando e gritando: 'EU NÃO TENHO ROOOOOUUUUUPAAAA'. Aí tem que refazer a maquiagem.
E quando você inventa de colocar aquela calça apertada e tem que deitar na cama e pedir para outro ser humano enfiar ela em você? Uma gracinha, já vai para o jantar lacrada a vácuo. Se espirrar, a calça perfura o pâncreas.
Lingerie feminina ou é bonita, ou é confortável. Você quer usar sua calcinha de algodão, surradinha e confortável, mas totalmente ati-tesônica... Pensa: 'Eu não vou dar para ele hoje mesmo, que se foooda'. 'Mas e se, mesmo sem dar para ele, eu subir uma escada e ele acabar vendo a minha calcinha...Broxará para todo o sempre comigo...'.
Puta da vida, você tira sua calcinha amiga e coloca uma daquelas porras mínimas e rendadas, que vão ficar entrando na sua bunda a noite toda...
Você decide usar o sapato assassino. Lei de Murphy de novo... No meio da noite o animal solta um 'Sei que você adora dançar, vamos dançar! Ao dançar, você tenta fazer parecer que as lágrimas são de emoção.
Uma vez um sapato me machucou tanto, que fiz um bilhete e colei nele, para lembrar de nunca mais usar!.
Pergunta masculina: Por quê você não deu o sapato?????
Porra... custou caro pra cacete. Vou guardar. Eu sei, eu sei, materialista do caralho. Vou voltar como besouro de esterco na próxima encarnação e comer muito cocô para ver se evoluo espiritualmente! Mas por hora, o sapato fica!
Pronto! Você tá linda, apenas lutando mentalmente com o dilema 'Será que dou para ele? É o terceiro encontro, talvez eu deva dar... Começa a bater a ansiedade. Liga para a melhor amiga e diz que não quer mais ir, que saír com homens é muito estressante e que quer voltar tartaruga na próxima encarnação. Ela, coitada, escuta pacientemente e tenta te acalmar.
Agora imaginem se depois de tudo isso, o filho da puta liga e cancela o encontro? 'Surgiu um imprevisto, podemos remarcar?'.
Gente, eu fico PUTA com isso! Não, não podemos remarcar. Tá louco?! A essas alturas, a dieta radical do queijo já faz com que você enxergue tudo turvo..
Eles acham que é simples, que a gente levantou da cama e foi direto pro carro deles, lindas desse jeito. Se fode aí, meu! Vem me buscar de maca, cadeira de rodas, no soro, mas NUNCA desmarque com uma mulher. Só em caso de morte de pai ou mãe por AVC no trânsito. Mas isso foi só um pesadelo paranóico. Ele liga e diz que está chegando. Você se perfuma, escova os dentes, entra no carro e ele sequer olha sua roupa. Não repara em NADA, nadinha... Acha que você é assim ao natural e só diz: 'Hummm, tá cheirosa'.
Pior é quando ele tira sua calça junto com a calcinha e nem vê. Pois é, Minha Amiga, você passou a noite toda com a rendinha atochada no rego (que por sinal custou muito caro) para nada...
Homens, uma calcinha de marca custa o mesmo que um MP4!! Favor tirar sem rasgar.
No meio da noite, já não sinto os dedos do pé, é o princípio de gangrena em função do sapato bico fino. Ele conta piadas e ri . Eu também estaria rindo se não fosse essa calcinha intra-uterina raspando o colo do meu útero'.
Sinto meu estômago fagocitando meu fígado, mas só belisco a comida de leve, constrangida dele achar que eu como muito.
Para finalizar, veja quanto custa esse jantarzinho para nós, mulheres: +-

Roupa............... ......... ......... ......R$ 200,00
Lingerie.... ......... ......... ......... .....R$ 80,00
Maquiagem... ......... ......... ......... .R$ 50,00
Sapato...... ......... ......... .......... ....R$ 140,00
Depilação............. ......... ......... ....R$ 50,00
Mão e pé........... .......... ......... ......R$ 30,00
Perfume francês..... ...... ......... .....R$ 130,00 (se for o de 30 ml...)
Pílula anticoncepcional. ......... .......R$ 30,00

JOGANDO O VALOR PARA BAIXO, gastamos uns R$ 700,00. Entendem porquê o homem TEM QUE PAGAR A CONTA?

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Enquanto isso, no motel...



Certo dia, decidi ir com meu namorado a um motel aqui na região.
Era aniversário dele, queríamos comemorar. Planejei tudo com o maior carinho para que tudo fosse perfeito.
Enfim chegou o grande dia. Ele passou em casa por volta de 23h. Cumprimentei e lhe dei seu presente. Só uma lembrancinha, pois o presente mesmo viria em seguida... rs
Tudo estava correndo bem. Ele adorou o presente, a surpresa, e adorou imaginar o que vinha a seguir. Eu havia comprado roupas íntimas novas. Um espartilho preto, com cinta-liga e meia, muito bonito e sensual. Fui ao cabelereiro, depiladora (lógico, rs), usei meu melhor perfume. Estava tudo perfeito... mas quando a esmola é d+, o santo desconfia, né! rs... neste caso, com razão! hehe
Escolhemos a melhor suite do motel (que por sinal era a mais cara... mas como eu não pagaria, não vou me ater a esses detalhes...rs). O quarto era lindo, bem decorado e super espaçoso. Dava até pra fazer nado sincronizado na banheira de hidromassagem, ou brincar de pega-pega em volta da cama!!!
O problema foi que meu digníssimo namorado resolveu tomar um banho antes... aí foi que ferrou tudo de vez. Vai ver ele não costuma tomar banho antes de sair de casa, vai saber! rs...
CLARO que eu não iria acompanha-lo. Até tirar toda aquela parafernália, além de estragar a surpresa, eu estaria cansada d+ para qualquer coisa... rs
Enquanto ele foi para o banheiro, liguei a TV. Se ele soubesse o que viria depois, teria jogado a TV na cascata do jardim de inverno. (Sim, tinha uma cascata no jardim de inverno...rs). Mas ele não fez isso.
Como não sou adépta a filmes pornôs, coloquei no único canal descente (descente?! Enfim...) que sintonizava naquela TV: A Globo! Estava passando o Programa do Jô, que por sinal, eu adoro. E fiquei assistindo enquanto esperava o interminável banho do meu namorado acabar... (Hoje me pergunto: será que ele tava tão sujo assim? Há quantos dias ele não tomava banho pra ter demorado tanto?)
O Jô, de looonge o meu apresentador favorito, estava entrevistando o mestre Evandro Mesquita, que pra mim é um dos melhores atores cômicos do país. Não me lembro exatamente do que eles falavam. Só lembro que, durante o programa, o Evandro contou sobre uma vez em que havia ido ao motel com a sua namorada e ela avistou uma barata (isso é coisa que se conte em um programa de TV? Fala sério... rs). Para resumir a história, a namorada do cara, histérica, se escondeu em baixo da coberta até que o mesmo matasse o bichinho... (Tá, assumo, eu teria feito coisa parecida...rs). E, na euforia (de "comer" a garota, claro, não de matar a barata...rs) ele acabou derrubando a moldura de gesso do quarto e praticamente destruído a suite. Claro que a história tinha muitos outros detalhes que a tornaram extremamente engraçada.
Ri muito, até que meu namorado finalmente saiu do banho. (Devia estar uns 3kg mais magro...rs). Desliguei a TV, nos abraçamos, nos beijamos e o clima começou a esquentar. Até que...
Bom... até que ele me deitou na cama e eu olhei para cima. Vi a moldura de gesso linda no teto. Intacta. E me dei conta de que o quarto em que estávamos era muito parecido com o que o Evandro Mesquita havia descrito. (Afinal de contas, acho que todos os quartos de motel do mundo são meio parecidos mesmo.). Ao olhar para um dos cantos, eis que vi uma baratinha! Era muito pequena, o que evitou um ataque de pânico de minha parte, mas... me causou uma taque de risos!
Comecei a rir descontroladamente. Meu namorado sem entender nada do que estava acontecendo. Começou a me perguntar, e eu, já perdendo as forças de tanto rir, não conseguia dar uma folga para explicar-lhe sobre a entrevista.
Empurrei ele para o lado, comecei a imaginar a cena do quarto desabando, e ri mais ainda. Sentei na cama... levei a mão a barriga e ri... ri tanto que me faltou o ar... ri tanto que minha bochecha ficou dolorida e meus olhos escorreram lágrimas... ri tanto, tanto, tantooo que... meu namorado ficou bravo. E quanto mais bravo ele ficava, mais engraçada fica a situação.
Ri tanto... que acabei estragando a noite de aniversário do meu namorado... e ele nunca mais me perdoou por isso. Ele deve ter contado pra todo mundo, afinal de contas, eu ainda to solteira, mesmo depois de tanto tempo.

Pensando bem. Se eu morrer solteira, a culpa vai ser do Jô Soares e do Evandro Mesquita... rs

Baseado em fatos reais...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ELE X ELA

Diário Dela:

No domingo a noite ele estava estranho. Saímos e fomos até um bar para tomar uma cerveja. A conversa não estava muito animada, de maneira que pensei em irmos a um lugar mais íntimo. Fomos a um restaurante e ele ainda agindo de modo estranho. Perguntei o que era, e ele disse que nada, que não era eu.
Mas não fiquei muito convencida. No caminho para casa, no carro, disse-lhe que o amava muito e de toda sua importância. Ele limitou-se a passar o braço por cima dos meus ombros. Finalmente chegamos em casa , e eu já estava pensando se ele iria me deixar! Por isso tentei fazê-lo falar, mas sem me dar muita bola ligou a televisão, e sentou-se com um olhar distante que parecia estar me dizendo que estava tudo acabado entre nós. Por fim, embora relutante, disse que ia me deitar. Mais ou menos 10 minutos ele veio se deitar também e, para minha surpresa correspondeu aos meus avanços, fizemos amor. Mas depois ele ainda parecia muito distraído e adormeceu. Comecei a chorar, chorei ate adormecer. Já não sei o que fazer. Tenho quase certeza que ele tem alguém e que a minha vida é um autêntico desastre.

Diário Dele:

O meu time perdeu.
Fiquei chateado a noite toda. Mas pelo menos dei umazinha.
Mas ainda tô chateado...
Time de bosta!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Diário de uma perereca depilada! kkkk


"Tenta sim. Vai ficar lindo."

Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve, mas acho que pentelho não pesa tanto assim.
Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa.
Eu imaginava que ia doer porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria.
Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.
- Oi, queria marcar depilação com a Penélope.
- Vai depilar o quê?
- Virilha.
- Normal ou cavada?
Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.
- Cavada mesmo.
- Amanhã, às.... Deixa eu ver...13h?
- Ok. Marcado.
Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui.
Assim que cheguei, Penélope estava esperando.
Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado.
Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas.
Uma mistura de Calígula com O Albergue.
Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.
- Querida, pode deitar.
Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca.
Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura.
Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça.
Meu Deus, era O Albergue mesmo.
- Quer bem cavada?
- É... é, isso.
Penélope, então, deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.
- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco, senão vai doer mais ainda.
- Ah, sim, claro.
Claro nada, não entendia p-o-r-r-a nenhuma do que ela fazia. Mas confiei.
De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).
- Pode abrir as pernas.
- Assim?
- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.
- Ar-re-ga-nha-da, né?
Ela riu. Que situação.
E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha virgem.
Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar.
Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca.
Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto.
Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu.
Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural.
Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.
- Tudo ótimo. E você?
Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes.
O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer.
Todas recomendam a todas porque se cansam de sofrer sozinhas.
- Quer que tire dos lábios?
- Não, eu quero só virilha, bigode não..
- Não, querida, os lábios dela aqui ó.
Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios? Putz, que idéia.
Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.
- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.
Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.
- Olha, tá ficando linda essa depilação. Menina, mas tá cheio de
encravado aqui. Olha de perto.
Se tivesse sobrado algum pen-te-lhi-nho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali.
Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. "Me leva daqui, Deus, me teletransporta". Só voltei à terra quando entre uns blá-blá-blás ouvi a palavra pinça.
- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?
- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.
Estava enganada.
Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.
- Vamos ficar de lado agora?
- Hein?
- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.
Pior não podia ficar. Obedeci a Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.
- Segura sua bunda aqui?
- Hein?
- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.
Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o "olho que nada vê". Quantos haviam visto, à luz do dia,
aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:
- Tudo bem, Pê?
- Sim... sonhei de novo com o cu de uma cliente.
Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks.
Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação.
Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha
situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá? Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha mais pra contar a história. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.
- Vira agora do outro lado.
Porra.. Por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina.
- Penélope empresta um chumaço de algodão?
Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem?
Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope.
E agora a vizinha inconveniente.
- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
- Máquina de quê?!
- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
- Dói?
- Dói nada.
- Tá, passa essa merda...
- Baixa a calcinha, por favor.
Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha, como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção.
Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.
- Prontinha. Posso passar um talco?
- Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.
- Tá linda! Pode namorar muito agora.
Namorar...namorar... eu estava com sede de vingança.
Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada e matar o primeiro homem que ver e não comentar absolutamente nada.!!! Não fiz nada disso... Um mês depois...


- Normal ou cavada?


Coisas de perereca, vai entender...