"Lutei para escapar da infância o mais cedo possível... logo que consegui, voltei correndo pra ela..."



segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Mulheres... por mim mesma!


Sempre vejo circulando pela internet textos sobre a mulher, sobre como elas são, sobre o que elas pensam, como elas agem e como amam ou odeiam. Mas muito me estranha que todos os textos que leio sempre sejam de autoria masculina, gênero esse que pouco sabe da realidade feminina. Sendo assim, atrevo-me a escrever, do ponto de vista feminino, alguma coisa sobre nós mesmas.
Antes de mais nada, somos humanas, como qualquer homem. Não somos extraterrestres, nem místicas, nem feiticeiras ou algo do tipo. Somos apenas diferentes na forma de pensar, sentir e agir. É fato que somos complexas, e na maior parte das vezes, nem nós mesmas nos entendemos direito. Mas, o que queremos não é muito, embora eu tenha a impressão de que muito se aproxima do impossível.
  Queremos apenas ser amadas, como somos, com nossos defeitos, manias, complicações, “gordurinhas”, celulites e estrias. Queremos que os homens nos olhem como mulheres, de carne e osso, complicada e imperfeita como todo ser humano, e não procurando objetos sexuais, símbolos de beleza e exemplo de bom comportamento. Não somos apenas sexo, não queremos e não sabemos ser assim. Sexo pra nós é conseqüência de uma série de atitudes que nos enlouquece, nos seduzem, nos completam. Sexo na primeira vez? As vezes vale a pena, e não queremos ser julgadas por isso. Muitas vezes sentimos desejo e temos medo de nos entregar por imaginar o que o cara vai pensar. E de fato eles pensam.
Queremos ser olhadas, observadas, elogiadas e desejadas. É pra isso que acordamos todas as manhãs e passamos meia hora no banheiro nos lambuzando de todos os tipos de creme que pudermos encontrar. Creme pro rosto, pras mãos, pés, cabelos, pernas. Se for preciso, usamos cremes até pras unhas! Mas queremos estar bonitas. Queremos estar “desejáveis”. Ah, e como dói quando passamos por alguém que nos é importante e ele sequer nota nossa presença, ou se nota, é indiferente à nossa vaidade. Muitas vezes um elogio, seja do namorado, seja do pai, seja do amigo ou até mesmo do pedreiro babaca que te vê passar pela frente da construção, faz uma revolução química em nossa alma e deixa nossos dias melhores! Sabe por que? Porque quando não somos elogiadas, temos a impressão de que somos inferiores a todas as outras, e perdemos o entusiasmo e a auto-estima.
Eu sempre ouvi dizer, e concordo plenamente, que “a mulher se veste para outras mulheres”. Isso realmente acontece, porque sabemos que os homens não notam aquilo que gostaríamos que fosse notado, e as outras mulheres fazem perfeitamente esse papel. O brinco novo, o sapato diferente, o novo corte de cabelo, a harmonia no visual. Homens normalmente só olham para os decotes, esses sim usamos para eles. Gostamos quando um homem nos olham os seios, mas quando olham nos olhos, é o coração que sente e tudo a nossa volta parece se apagar.
Tudo que uma mulher faz tem por trás um objetivo maior, que talvez nunca alcancemos plenamente. Queremos ser notadas! Que as mulheres não me deixem mentir, mas como magoa nosso coração quando um homem ao nosso lado olha pra outra garota, elogia outra fêmea ou tecem comentários a respeito do tipo de garota que ele quer. Mesmo que seja apenas um amigo, as perguntas que não saem da cabeça feminina é: “Por que ela e não eu?”, “O que ela tem que eu não tenho?”, “Por que não pode ser comigo?”. Por mais que eu tenha buscado respostas a vida inteira pra essas perguntas, nunca as encontrei de fato.
A verdade é que não queremos um homem ideal, impossível e perfeito. Queremos apenas um que nos olhe, que nos elogie, que nos faça queimar por dentro só com o olhar, que nos pegue nos braços fazendo-nos perceber que não somos maiores, nem melhores, mas frágeis, pequenas e dependentes daqueles braços fortes e do peito seguro. Queremos um homem que nos deseje como somos, ou apesar daquilo que somos, e que nos leve pra cama, não como objeto, mas como cúmplice e amiga; que nos faça perder o fôlego não pelo ritmo, mas pela intensidade do momento; que nos faça escurecer a vista e, por alguns  momentos, esquecer de quem somos e de onde estamos; que nos faça amolecer as pernas até que não consigamos levantar, ou se quer, conversar; e que nos abrace depois, nos coloque no peito e nos mostre que tudo aquilo valeu a pena, e que não fomos usadas, mas sim, desejadas. Gostamos de saber quando satisfazemos, quando o homem se sente alegre e que aqueles momentos não serão esquecidos 20 minutos depois.
Não queremos presentes caros, não queremos toda atenção do mundo, não queremos ter súditos. Queremos ter amigos, amores e amantes. E se possível, as três coisas em um único homem. Traga uma rosa, uma flor de jardim ou uma dessas que você encontra pela rua mesmo. Isso, na maioria das vezes, vale mais do que uma jóia. Não fique o tempo todo grudado como se fosse súdito da mulher, trate-a como trata todas as outras pessoas, mas faça-a ver a diferença na sua forma de olhar pra ela entre a multidão. Troque os grandes feitos pelos pequenos gestos. Admito que nossa “raça” está em descrédito no mundo atual, mas o homem que souber ser assim conquistará nosso amor, e o amor de uma mulher é verdadeiro, leal e fiel. O que acontece é que hoje as mulheres têm medo de amar, porque não conseguimos enxergar que somos amadas. Não é porque você trata uma mulher dessa forma que ela vai esperar que você a leve pro altar. Ela apenas vai saber que você é diferente de todos os outros.
Não tenha medo de mexer com os sentimentos de uma mulher, lembre-se que você já mexe com eles, sempre, sem precisar fazer nada. As mulheres costumam apaixonar-se “de graça”, sem precisar do toque, da conversa ou do convívio. Estamos acostumadas a viver com isso, e as paixões vem e vão o tempo todo em nossa vida. A diferença é que algumas se transformam em mágoa, outras em amizade, e outras são alimentadas até que se tornam amor. Se possível, das três opções, nunca escolha a mágoa. Queremos ser amadas e não entendidas, nascemos pra isso, e por isso vivemos. Se nem nós mesmas nos entendemos, o que faz vocês, homens, pensar que podem? É ai que está toda a graça: no mistério. Gostamos de ser assim e seríamos muito mais felizes se vocês dedicassem mais tempo de suas vidas tentando nos amar ao invés de tentar nos entender.

Lara

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